sábado, 7 de agosto de 2010

Especialistas falam sobre a adoção homoafetiva



Especialistas dizem que mais importante que a orientação sexual, é o vínculo dos pais com a criança
Lecticia Maggi, iG São Paulo | 01/05/2010

A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), da última terça-feira, de permitir que duas mulheres do Rio Grande do Sul registrassem os filhos adotivos no nome das duas reacendeu a polêmica em torno da adoção de crianças por casais do mesmo sexo.

Foi a primeira vez que o STJ se manifestou sobre o assunto e, com isso, abriu jurisprudência para que outros casais também obtenham decisão favorável na Justiça. Rapidamente, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se manifestou contra o STJ. O padre Luiz Antônio Bento, assessor da comissão para vida e família da CNBB, disse que a decisão tira da criança a possibilidade de crescer em um ambiente familiar formado por pai e mãe. “Nem sempre o que é legal é moral e ético”, afirma.


Leia mais:
Uma esperança aos homossexuais
"A vitória delas foi a nossa"
Saiba quem pode adotar uma criança
De acordo com psicólogos ouvidos pelo iG, ser criado por dois pais ou duas mães não prejudica o desenvolvimento da criança nem faz com que ela se torne homossexual também. “O desenvolvimento independe dos pais serem hetero ou gays. A criança precisa se identificar com uma figura que lhe dê carinho, apoio e educação. O que importa é o vínculo e se aqueles pais realmente quiseram adotá-la”, afirma a psicóloga Mariana de Oliveira Farias, autora do livro “Adoção por Homossexuais - a família homoparental sob o olhar da psicologia jurídica”. Segundo ela, é importante que a criança tenha contato com pessoas de ambos os sexos, mas elas podem ser avós, tios e primos.

Segundo a psicóloga e advogada Tereza Maria Costa, que por mais de 10 anos atuou na Vara da Infância e Juventude de Juiz de Fora (MG), não há nenhum estudo que comprove que crianças criadas por pais gays também tenham tendência à homossexualidade. Para Tereza, a orientação sexual tem mais a ver com questões biológicas do que com o meio em que a pessoa vive. “Com todo o preconceito que existe, tenho certeza que se alguém pudesse optar escolheria ser hetero”, diz. “Não vejo como escolha. Ou a pessoa assume e tenta viver bem ou passa a vida camuflada”, diz.

Como contar

Uma das questões recorrentes é como e quando contar ao filho que ele possui dois pais ou duas mães. Segundo Mariana de Oliveira, não há uma idade certa para que o assunto seja discutido. “Os pais devem responder sempre de acordo com as perguntas que forem feitas, mas tomando cuidado para não ultrapassar os limites que a criança possa entender. Às vezes, a ansiedade dos adultos é maior que a dos filhos”, afirma.

Há várias formas se de contar, mas uma delas, diz, é explicar, primeiramente, que não há só um tipo de família e com certeza a criança deve ter um coleguinha com pais separados ou criado pela avó. “Pode-se dizer que a família que a concebeu por algum motivo não pôde ficar com ela, mas o casal a procurou, a ama muito e por isso a adotou”, afirma Mariana.

Tereza acrescenta também que é importante tratar a questão como natural, apesar de não ser convencional. “Isso faz com que, desde cedo, o filho aprenda a ter respeito pela diversidade”, diz ela, e completa que, se o assunto for bem trabalhado, a própria criança passará a defender os pais caso seja alvo de preconceito. “Flui normalmente, ela passa a admirá-los pelo que eles são e a homossexualidade vira 2º plano”.

As especialistas concordam em dizer que nunca se deve ser negada a adoção a um casal pelo simples fato de eles serem homoafetivos, mas é preciso avaliação. “Como há casais heteros que não tem estrutura e condições de criar um filho, também tem casais homos que não têm".

Fonte: Portal IG de Notícias

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/psicologos+aprovam+adocao+por+gays/n1237602132551.html

5 comentários:

  1. Estão todos de parabéns pela evolução social, cultura e principalmente humana! abraços!

    ResponderExcluir
  2. Obrigada pelo comentário! É sempre muito bom ter pessoas interessadas pelo tema e que possam divulgar as informações dos estudos na área, para que possamos cada vez mais diminuir o preconceito por meio dos estudos e informações concretas sobre a temática!
    Grande abraço!

    ResponderExcluir
  3. Olá! Parabéns pelo belissimo trabalho, serviu de base para um estudo meu. Parabéns!!!!!

    ResponderExcluir
  4. Olá Sérgio, obrigada pela visita! Grande abraço!

    ResponderExcluir
  5. Alexandre - criado por gays22 de novembro de 2010 às 09:39

    Oi, li sua matéria, e confesso todos discutem um tema como esse, mas a verdade é que não houvem os grandes protagonistas e que são diretamentes envolvidos. Fui criado num lar assim e se pudesse escolher preferia ficar longe disso tudo, seria muito mais feliz, não seri alvo de chacotas e muitas outras coisas que carrego por ter vivido nesse meio, hoje tenho 16 anos e passo mal so em saber que tentam apoiar esse movimento. Vou crescer e se puder lutar para que outras crianças nao sofram como eu, farei. Parem de ver apenas um lado, voces não vivem nesse meio para opiniar. Vivam um tempo ai puderam discutir.

    ResponderExcluir